Reforma Protestante – 501 anos

Reforma Protestante – 501 anos

31 de Outubro

No ano passado aconteceram muitas manifestações pelos 500 anos do movimento reformado. Cultos, celebrações, programas de televisão marcaram esta ocasião aqui no Brasil e por todo mundo. Muito se falou disso e trouxe conhecimento acerca dos “protestantes” e “reformados”. E o que mais ficou a partir disso? Será preciso esperar completar 600 ou 1000 anos para outra celebração especial?

O propósito da Reforma e seus representantes não afetava apenas a Igreja. Naturalmente começava pela igreja, seus dogmas e doutrinas, a pressão sobre os fiéis e o cerceamento do livre pensar, as oportunidades privilegiadas para uns e o trabalho pesado para outros. A partir do momento em que estas cadeias foram se quebrando, a maneira de se ver o mundo e a vida foram alterados (a isso se dá o nome de cosmovisão).

Se somos herdeiros desse movimento, qual papel estamos exercendo nestes tempos modernos? Algumas discussões ouvidas demonstram total falta de conhecimento de nossas origens evangélicas. A polarização política torna a discussão em briga de torcida organizada, sem aprofundamento dos temas, sem conhecimento das propostas – pergunte ao eleitor do seu lado se leu o programa de qualquer um dos candidatos ou se baseia a escolha pelos comentários que ouve, pelas mídias sociais ou implicância com o do outro lado…

A história da Reforma mostra que seu efeito nos lugares que aderiram promoveu o trabalho para todos, dando oportunidade de desenvolvimento geral e crescimento do país. Mas junto disso o senso de responsabilidade individual que todos devem trabalhar, e não ficar aguardando o apadrinhamento ou paternalismo do estado. A educação foi transformada já que os reformadores exigiam que os pais ensinassem seus filhos a ler – até para que pudessem ler a Bíblia! Esse é, até hoje, um dos votos que os pais fazem no batismo (que, antigamente, podia levar os pais à disciplina no Conselho se os filhos não estivessem na escola). Mas a educação promovida era profunda e séria, criando os valores éticos e sociais que se perderam hoje.

Poderia se enunciar tantos outros efeitos positivos da Reforma. Mas se a história e o conhecimento se perderam nestes 501 anos, somos do tempo do resgate destes princípios. Então faça valer o apelido de “protestante”, de “reformado”, porque ainda hoje isso pode mudar nosso tempo pela nossa participação!

Que Ele, Senhor da Igreja e do universo, nos ajude!

Rev. Carlos Eduardo

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